Democracia para quem?

Reproduzo aqui nota não ofcial do CALHEV, recebida pelo integrante Eduardo Bez.


"No retorno do recesso estudantil, os acadêmicos do curso de História se depararam com a falta de respeito da UNIVILLE em relação ao seu Centro Acadêmico. A universidade citada, de forma bastante arbitrária derrubou a sala do C.A., durante o recesso, não comunicando os acadêmicos que ocupavam a sala há anos. De forma desorganizada os pertences do C.A. foram espalhados em diversos setores da instituição de ensino, inclusive pelos corredores sem nenhuma identificação ou segurança.Os responsáveis pela sala ficaram sabendo do ocorrido por acadêmicos que estavam no local, no momento em que a sala era derrubada. Os acadêmicos procuraram a Coordenadoria de Patrimônio da UNIVILLE, para questionar o ocorrido e para que houvesse a relocação do espaço destinado ao C.A., onde a mesma até o momento demonstrou sua falta de compromisso não apresentando nenhuma solução.O CALHEV (CENTRO ACADÊMICO LIVRE DE HISTÓRIA EUNALDO VERDI) vem ressaltar a importância histórica do C.A., que em seus vinte e um anos de luta, social e estudantil, como órgão de representação dos estudantes de história, e que na maioria das vezes foi a única representação dos estudantes da UNIVILLE, se pronuncia contrário a falta de respeito e o descaso da instituição, autodenominada “democrática”, para com seus acadêmicos, e exige um espaço de caráter igual, ou melhor, que o antigo".

A brincadeira covarde e elitista de Danilo Gentili.

A minha intenção no blog não era repostar matérias, mas como a falta de tempo tem me consumido vou abrir uma excessão. O caso é que Danilo Gentili vomitou o seu racismo ao fazer no twitter uma brincadeira de mau gosto, comparando negros à macacos. Pra tentar consertar a merda feita ele resolve escrever mais besteiras.


O fato virou polêmica e ele foi repreendido via twitter por centenas de usuários e intelectuais. Até que o brilhante Túlio Vianna resolveu fazer um texto em seu blog.

Vale salientar que ele já tinha feito brincadeirinhas de mau gosto contra nordestinos, como essa aqui embaixo:









Reproduzo aqui

A história é sempre a mesma. Um engraçadinho faz uma piadinha/brincadeira politicamente incorreta, alguém reclama indignado e a resposta vem da ponta da língua do idiota: “Era só uma brincadeira! Você não tem senso de humor?”

Esta resposta pré-fabricada que busca eximir de culpa o piadista por qualquer imbecilidade dita, nada mais é do que um truísmo que visa silenciar o debate sobre o preconceito expresso na “brincadeira”. Afirmar que o que foi dito era uma uma brincadeira é uma verdade óbvia, mas o simples fato de ser uma brincadeira não isenta o palhaço da responsabilidade pelo que foi dito.

O riso nem sempre é a arma de contestação social expressa no provérbio castigat ridendo mores (castiga os costumes rindo), utilizado com frequência como emblema de vários teatros. Este provérbio, cunhado por Jean de Santeuil no século XVII, a propósito da máscara de Arlequim, tem um antecedente muito mais revelador em Horácio que, no ínicio de suas Sátiras (1,1,24 s.), indaga: Ridentem dicere verum / quid vetat? (rindo se diz a verdade / quem impedirá?).

O riso nem sempre é um instrumento de crítica social. Muita vez, o riso é tão-somente um instrumento para se afirmar algo que se teme dizer a sério. Quem impedirá?

Sírio Possenti, grande estudioso das piadas como manifestação cultural, afirma que:

O humor nem sempre é progressista. O que caracteriza o humor é muito provavelmente o fato de que ele permite dizer alguma coisa mais ou menos proibida, mas não necessariamente crítica, no sentido corrente, isto é, revolucionária, contrária aos costumes arraigados e prejudiciais. O humor pode ser extremamente reacionário, quando é uma forma de manifestação de um discurso veiculador de preconceitos, caso em que acaba sendo contrário a costumes que são, de alguma forma, bons ou, pelo menos, razoáveis, civilizados, como os tendentes ao igualitarismo, sem dúvida melhores que os seus contrários.
POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises linguísticas de piadas. Campinas: Mercado das Letras, 1998. p.49.

Então quando alguém se vale do truísmo “Era só uma brincadeira! Você não tem senso de humor?”, o faz no intuito de tentar persistir afirmando seus preconceitos sem ser contestado, pois amparado pelo manto covarde do riso.

Sim, eu tenho senso de humor, mas não sei rir da desgraça alheia. Não sei rir da escravidão, dos campos de concentração, da violência doméstica, dos espancamentos de homossexuais, nem de qualquer piada ou brincadeira que direta ou indiretamente faça troça da submissão de um grupo social por outro.

Se ser moderninho, divertido e criativo é zombar de minorias políticas, eu prefiro ser o babaca sem senso de humor que denuncia estes covardes que se escudam no riso para manifestar seus preconceitos.

A genialidade do humor está em zombar dos que oprimem e mostrar o quão ridículo são seus preconceitos. Riamos da classe média e de seus valores pequenos burgueses, dos homófobos posando de machões, dos machistas tomando inevitáveis foras de mulheres inteligentes e, principalmente, da indignação de muitos brancos em ver um negro na presidência do país mais rico do mundo.

Riamos de Danilo Gentili tentando justificar sua piada racista, com mais preconceito e com um post racista, achando que estava sendo irônico no título, porque idiotas são os politicamente corretos.

Riamos da vergonha que os preconceituosos têm de se assumirem preconceituosos e do onipresente uso do truísmo “foi só uma brincadeira” como um saco de papel onde escondem a cara da execração de gente com senso crítico.

E por falar em Sarney

Encontrei no blog do chargista Frank do grupo RBS


A UNE e o debate pelo pré-sal

"O pré-sal é nosso"

A campanha nada original do 51º congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) faz uma alusão a propaganda levantada por Monteiro Lobato chamada "O Petróleo é nosso".S em tirar mérito da discussão - que ainda se especula e se estuda no lugar de ganhar lucros - é necessário entender como uma representação estudantil, que promete ser tão participativa além dar voz aos estudantes, pouco debate seus temas e por muitos anos vem sugerindo-os de maneira hierarquica e anti-democrática.
Enquanto temos 133 atos secretos a serem resvolvidos pelo senado nacional. Um presidente do senado que se nega a dar respostas e que foi o responsável pelo sucateamento da livre comunicação no brasil- aliás até que enfim Lúcia Stumpf se formou em jornalismo . A entidade máxima de representação estudantil prefere abordar de forma engessada e sem intenção choque com o governo.

Fora Sarney?
Pra quê né?

Feminismo Honduras

Quando eu digo que a atuação feminista brasileira não pode ser comparada as demais da América Latina me chamam de simplória e segregacionaista. O feminismo brasileiro ainda se prende na masturbação teórica e esquece de práticas como esta:

Três mortos

Este é o saldo negativo da tentativa precipitada de volta ao país do presidente deposto Manuel Zelaya. Apesar de ser veementemente contra o golpe de estado, por motivos óbvios - ferir o estado democrático de direito, os direitos humanos - mas não posso deixar de pensar a tentativa de pouso como uma estratégia mal fundamentada.

O apoio a Zelaya foi grande desde a anunciação do golpe. Somente na capital de honduras, 400 mil pessoas - a cidade possui pouco mais de 900 mil - ocupavam as ruas da cidade pedindo a volta do presidente. Era evidente que uma investida na tentativa de voltar a habitar o seu país, feito a revelia dos ditadores militares, geraria confusão e uma possível tragédia.

Porém para mim, uma pobre especuladora de esquerda, a insitência de Zelaya na tentativa do pouso tinha a finalidade de incitar a população a não conformidade com o novo governo imposto. O grande problema é que nessa convergência política atual que vive Honduras, incitar uma tentativa de revolta popular seria no mínimo desastroso. Tropas militares são especializadas em freiar esse tipo de ação, além disso, nenhum país próximo e apoiador do governo democrático de fato teria condições de enviar militares para a área de conflito em poucas horas.
Apenas Hugo Chavez manifestou seu apoio nesse sentido, mas evitou o embarque ao avião que tentaria a manobra em Tegucigalpa. Seus assessores o aconselharam do óbvio: era perigoso a um presidente polêmico quanto ele investir radicalmente num ataque como esse.

Honduras permanece sob domínio militar, tendo o chamado toque de recolher - que liberdade democrática é essa? - às 6 horas da tarde.
Mesmo que grande parte da mídia tente camuflar as atrocidades feitas na tentativa de impedir uma revolução popular é necessário pontuar que estas três mortes foram homicídios a bala militar, na testa dos manifestantes.

Que democracia de direito impede movimentos sociais com armas de fogo, e em "legíima defesa" atira em suas cabeças?


Se você quier ler mais e entender o golpe de honduras, longe da cobertura midiática, dá uma olhadinha também no blog do Nassif:
http://blogln.ning.com/forum/topics/as-clausulas-petreas-e-as


Aqui um vídeo das manifestações
http://www.youtube.com/watch?v=q-DexAHtHUs&feature=related